Machado de Assis foi o principal nome do Realismo brasileiro, o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras e um dos escritores mais aclamados da literatura. O carioca nascido no Morro do Livramento atuou como jornalista, crítico, cronista, dramaturgo e poeta.
Machado escreveu contos, crônicas, poemas e romances, deixando a sua contribuição para diferentes gêneros literários. No começo da carreira, apostou em textos mais conservadores, com influência romântica. Depois, foi o Realismo que ficou mais presente nas suas obras. O autor, inclusive, é lembrado como um dos escritores mais importantes do Realismo.
Com sua extensa produção, conseguiu influenciar escritores como Olavo Bilac e Lima Barreto. Além de ganhar a admiração de outros tantos, em especial do amigo José de Alencar.
MOVIMENTO LITERÁRIO
A primeira fase do escritor é marcada por textos com características do Romantismo. Já a segunda, com o autor já mais amadurecido, é lembrada pela aproximação com o Realismo. O amadurecimento literário tem influência da esposa do escritor, uma mulher culta que apresentou várias obras importantes ao autor.
Machado de Assis com 25 anos (Foto: Reprodução)
Estilo
As obras que fazem parte da Trilogia Realista – Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borbas – são marcadas pela ironia e pelo pessimismo. A primeira fase do autor, menos madura, é mais próxima do Romantismo e tem um estilo mais ingênuo. As obras conhecidas da época são: “Helena”, “A Mão e a Luva” e “Ressureição”.
As obras que fazem parte da Trilogia Realista – Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borbas – são marcadas pela ironia e pelo pessimismo. A primeira fase do autor, menos madura, é mais próxima do Romantismo e tem um estilo mais ingênuo. As obras conhecidas da época são: “Helena”, “A Mão e a Luva” e “Ressureição”.
Machado de Assis não costuma seguir uma narrativa linear. É como se as histórias fossem contadas a medida que os personagens lembram dos fatos. Faz uso, portanto, da disgressão, isso é, desvia do tema central para trazer recordações e reflexões sobre o assunto. Além disso, o autor colocava o narrador para falar com o leitor, recurso notado em obras como “Memórias Póstumas de Brás Cubas”.
BIOGRAFIA
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 1839 no Morro do Livramento, Rio de Janeiro. Mais tarde, foi morar no bairro São Cristóvão. Filho de Francisco José de Assis e D. Maria Leopoldina Machado, perdeu a mãe ainda novo, por isso a madastra, Maria Inês, foi uma das grandes responsáveis pela sua criação. Quando o pai morreu, a madastra passou a trabalhar como doceira e Machado, para ajudá-la, começou a vender doces.
A publicação do primeiro trabalho na literatura data de 1854 e foi um soneto no “Periódico dos Pobres”. No ano seguinte, Machado conseguiu que o seu poema “Ela” fosse publicado na revista “Marmota Fluminense”. A revista chegou a contratar o escritor como revisor e colaborador três anos depois, em 1858. É no trabalho que conhece nomes importantes da literatura, como José de Alencar e Gonçalves Dias.
Antes da função na revista, foi aprendiz de tipógrafo na “Imprensa Nacional” com apenas 17 anos. Foi onde conheceu Manuel Antônio de Almeida, autor do famoso “Memórias de um Sargento de Milícias”, que passou a tratá-lo como seu protegido. Trabalhou ainda no “Correio Mercantil”, no “Diário do Rio de Janeiro”, no “Jornal das Famílias”, no “Gazeta de Notícias” e nas revistas “O Espelho”, “A Semana Ilustrada”, “O Cruzeiro”, “A Estação” e “Revista Brasileira”, além de trabalhar no teatro. A primeira peça foi em homenagem a Camões e foi encenada em 1880.
Machado de Assis foi um dos intelectuais que ajudou a fundar a Academia Brasileira de Letras em 1897, ideia de Lúcio Mendonça. O escritor fundou a cadeira nº 23 e colocou José de Alencar como patrono, uma homenagem ao amigo. A Academia Francesa serviu de inspiração para a criação da versão nacional.
Na vida amorosa, apaixonou-se pela irmã do amigo Faustino Xavier de Novaes. Casou-se com Carolina Augusta em 1869, apesar da falta de apoio dos outros irmãos da noiva, que implicavam com o fato de Machado ser mulato. A mulher apresentou obras de autores portugueses ao marido. A sua cultura teve influência na obra do escritor, que escreveu grande parte das suas obras mais importantes, como a Trilogia Realista, depois de casado.
O autor ganhou o apelido “Bruxo do Cosme Velho”, a localização é uma referência à casa onde morou na Rua Cosme Velho, nº 18, e o “bruxo” veio de uma ocasião na qual Machado queimava cartas em um caldeirão. A veracidade da história não é unanimidade entre os historiadores.
Em 1904, perde a esposa com quem esteve casado por 35 anos. Os amigos relatam um período de depressão do autor, apesar dele continuar participando de eventos literários e reuniões com os colegas. Na época, chegou a publicar obras com temática saudosista e um soneto em homenagem à mulher, “A Carolina”.
Fontes
Academia Brasileira de LetrasMec
Wikipedia
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