- Pergunta 1
- 0,3 em 0,3 pontos
Leia o
texto a seguir.
“O
Projeto Político Pedagógico (PPP) relaciona-se à organização do trabalho
pedagógico da escola, indicando uma direção, explicitando os fundamentos
teórico-metodológicos, os objetivos, o tipo de organização e as formas de
implementação e avaliação da escola.”
VEIGA,
I. P. A.; RESENDE, L. M. G. (Org.). Escola: espaço do Projeto
Político-Pedagógico. 4. ed. Campinas - SP: Papirus, 1998 (com adaptações).
Considerando
a elaboração do PPP, avalie as seguintes afirmações.
I O PPP
constitui-se em um processo participativo de decisões para instaurar uma
forma de organização do trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as
contradições no interior da escola.
II A
discussão do PPP exige uma reflexão acerca da concepção de educação e sua
relação com a sociedade e a escola, o que implica refletir sobre o homem a
ser formado.
III A
construção do PPP requer o convencimento dos professores, da equipe escolar
e dos funcionários para trabalharem em prol do plano estabelecido pela
gestão educacional.
É
correto o que se afirma em:
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- Pergunta 2
- 0,3 em 0,3 pontos
Leia o
texto a seguir.
Restos
“Minha
Nossa Senhora do Bom Parto! O caminhão do lixo já deve ter passado! Eu juro,
seu poliça, foi nessa lixeira aqui! Nessa mesminha! Eu vim catar verdura,
sempre acho umas tomate, umas cenoura, uns pimentão por aqui. Tudo bonzinho,
é só lavar e cortar os pedaço podre, que dá pra comer... Aí quando eu puxei
umas folha de alface, levei o maior susto.
Quase
desmaiei, até.
Eu, uma
mulher assim fornida que nem o seu poliça tá vendo, imagina: fiquei de
pernas bamba. Me deu até tontura. Acho que também por causa do fedor... Uma
carniça que só o senhor cheirando pra saber. Mas eu juro por tudo que é mais
sagrado! Tinha sim um anjinho morto nessa lixeira! Nessa aqui!
Coitadinho..Deve ter se esgoelado de tanto chorar.
A gente
via pela sua carinha de sofrimento. Ele tava com a boquinha aberta, cheinha
de tapuru. Eu nem reparei se era menino ou menina, porque eu fiquei morrendo
de pena... E de medo, também... Os olho... É do que mais me alembro...
Esbugalhado, mas com a bola preta virada pra dentro, sabe? Ai! Soltei um
berro e saí correndo.”
SERAFIM,
L. Restos. In: SOUTO, A. Variação linguística e texto literário:
perspectivas para o ensino. Cadernos do CNLF, v. XIV, n. 4, t. 4, 2010, p.
3310 (com adaptações).
Considerando a variedade linguística utilizada pela personagem do
texto, avalie as afirmativas a seguir.
I A
redução do verbo “estar”, como em “tá” e “tava”, é uma característica
evidenciada na fala de sujeitos escolarizados e não escolarizados.
II A
eliminação da marca de plural, como em “os pedaço” e “pernas bamba”, é um
traço das variedades linguísticas populares faladas e escritas.
III A
prótese do fonema /a/ em “alembro” é uma característica associada à história
da língua portuguesa.
É
correto o que se afirma em:
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- Pergunta 3
- 0,3 em 0,3 pontos
Leia os
textos abaixo.
Texto 1
“Toco a
sua boca com um dedo, toco o contorno da sua boca, vou desenhando essa boca
como se estivesse saindo da minha mão, como se, pela primeira vez, a sua
boca entreabrisse, e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e
recomeçar. [...] Você me olha, de perto me olha, cada vez mais de perto
[...] as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios,
apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde
um ar pesado vai e vem, com um perfume antigo e um grande silêncio. [...] E
se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível
absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela.”
CORTÁZAR,
J. O jogo da amarelinha. Trad. Fernando Castro Ferro. 14. ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2009 (com adaptações).
Texto 2
“Alguns
cientistas acreditam que a união dos lábios evoluiu porque facilita a
seleção de parceiros. ‘O beijo envolve uma troca bem complicada de
informações – olfativa, tátil e de ajustes de postura – que costuma acionar
mecanismos neurológicos sofisticados e também inconscientes, o que permite
às pessoas determinar subjetivamente até que grau elas são geneticamente
incompatíveis’, afirma o psicólogo evolucionista Gordon G. Gallup, professor
da Universidade de Albany e da Universidade do Estado de Nova York. [...]
Dos 12
ou 13 nervos cranianos que afetam a função cerebral, cinco estão em ação
quando beijamos e carregam mensagens dos nossos lábios, língua, bochechas e
nariz para o cérebro – que capta informações sobre temperatura, sabor,
cheiro e movimentos de toda a situação. Parte dessa informação chega ao
córtex somatossensorial, faixa de tecido na superfície cerebral responsável
pela leitura das informações vindas do corpo.”
Ciência comprova a importância do beijo. Fonte: <http://www.cmba.org.br>. Acesso em 20 jul. 2016 (com adaptações).
Os
textos 1 e 2 apresentam, sob diferentes perspectivas, a temática do beijo.
Nesse contexto, avalie as afirmativas a seguir.
I A
utilização de palavras de cunho científico no texto 2, como “córtex
somatossensorial”, dificulta o entendimento do texto pelo público leitor.
II A
expressão “a dor é doce”, no texto 1, é incoerente, uma vez que os vocábulos
“dor” e “doce” estão relacionados a percepções sensoriais diferentes.
III A
presença de apenas uma citação, no texto 2, é prejudicial à argumentação do
texto, que, por isso, perde credibilidade.
IV O
uso constante de palavras que se referem à 1ª pessoa, no texto 1, reforça a
subjetividade própria de um texto literário.
É
correto apenas o que se afirma em:
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- Pergunta 4
- 0,3 em 0,3 pontos
Analise
o texto abaixo.
Assinale
a alternativa em que a palavra “pena” foi empregada com o mesmo sentido
usado na primeira fala dos quadrinhos acima.
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- Pergunta 5
- 0,3 em 0,3 pontos
Com base nos tipos textuais, preencha os parênteses com os
números correspondentes; em seguida, assinale a alternativa que indica a
correspondência correta.
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- Pergunta 6
- 0,3 em 0,3 pontos
Leia a
piada.
A laranja e o juridiquês
“Um professor perguntou a um dos seus alunos do curso de Direito:
– Se você quiser dar a Epaminondas uma laranja, o que deverá
dizer?
O estudante respondeu:
– Aqui
está, Epaminondas, uma laranja para você.
O professor gritou, furioso:
– Não! Não! Pense como um Profissional do Direito!
O estudante respondeu:
– Ok, então eu diria: Eu, por meio desta dou e concedo a você,
Epaminondas de tal, CPF e RG, e somente a você, a propriedade plena e
exclusiva, inclusive benefícios futuros, direitos, reivindicações e outras
vindicações, títulos, obrigações e vantagens no que concerne à fruta
denominada laranja em questão, juntamente com sua casca, sumo, polpa e
sementes transferindo-lhe todos os direitos e vantagens necessários para
espremer, morder, cortar, congelar, triturar, descascar com a utilização de
quaisquer objetos e de outra forma comer, tomar ou de qualquer forma ingerir
a referida laranja, ou cedê-la com ou sem casca, sumo, polpa ou sementes, e
qualquer decisão contrária, passada ou futura, em qualquer petição, ou
petições, ou em instrumentos de qualquer natureza ou tipo, fica assim sem
nenhum efeito no mundo cítrico e jurídico, valendo este ato entre as partes,
seus herdeiros e sucessores, em caráter irrevogável e irretratável,
declarando Paulo que o aceita em todos os seus termos e conhece perfeitamente
o sabor da laranja, não se aplicando ao caso o disposto no Código do
Consumidor.
E o
professor, então, comenta:
–
Melhorou bastante, mas não seja tão sucinto.”
O
efeito de humor no gênero textual piada é produzido, sobretudo:
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- Pergunta 7
- 0,3 em 0,3 pontos
Leia a tirinha e o texto a seguir.
“A gestão democrática pode ser definida como um processo político
no qual as pessoas que atuam na e sobre a escola identificam problemas,
discutem, deliberam, planejam, encaminham, acompanham, controlam e avaliam o
conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola, na busca
da solução daqueles problemas. Esse processo, sustentado no diálogo, na
alteridade e no reconhecimento das especificidades técnicas das diversas
funções presentes na escola, tem como base a participação efetiva de todos
os segmentos da comunidade escolar, o respeito às normas coletivamente
construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo
acesso às informações aos sujeitos da escola.”
SOUZA, A. R. Explorando e construindo um conceito de gestão
escolar democrática. Educação em Revista. Belo Horizonte, v.25, n. 3, dez.
2009, p. 125-126 (com adaptações).
Com base nos textos apresentados, conclui-se que a gestão
democrática da educação:
I Implica colocar as instituições a serviço da formação
qualificada dos estudantes, tendo a participação como prática cotidiana de
todos os envolvidos.
II Propicia a criação de uma cultura institucional
crítico-reflexiva, cujos envolvidos tenham discernimento em relação aos
conteúdos que necessitam ou não para tomarem decisões sempre coletivas.
III Pressupõe a existência de líderes capazes de orientar pessoas
para o desenvolvimento de ações que visem ao cumprimento de objetivos
definidos por eles.
IV Efetiva-se pelo processo de construção coletiva do projeto
pedagógico e de seu acompanhamento e avaliação.
É
correto apenas o que se afirma em:
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- Pergunta 8
- 0,3 em 0,3 pontos
Leia o
texto a seguir.
Restos
“Minha
Nossa Senhora do Bom Parto! O caminhão do lixo já deve ter passado! Eu juro,
seu poliça, foi nessa lixeira aqui! Nessa mesminha! Eu vim catar verdura,
sempre acho umas tomate, umas cenoura, uns pimentão por aqui. Tudo bonzinho,
é só lavar e cortar os pedaço podre, que dá pra comer... Aí quando eu puxei
umas folha de alface, levei o maior susto.
Quase
desmaiei, até.
Eu, uma
mulher assim fornida que nem o seu poliça tá vendo, imagina: fiquei de
pernas bamba. Me deu até tontura. Acho que também por causa do fedor... Uma
carniça que só o senhor cheirando pra saber. Mas eu juro por tudo que é mais
sagrado! Tinha sim um anjinho morto nessa lixeira! Nessa aqui! Coitadinho...
Deve ter se esgoelado de tanto chorar.
A gente
via pela sua carinha de sofrimento. Ele tava com a boquinha aberta, cheinha
de tapuru. Eu nem reparei se era menino ou menina, porque eu fiquei morrendo
de pena... E de medo, também... Os olho... É do que mais me alembro...
Esbugalhado, mas com a bola preta virada pra dentro, sabe? Ai! Soltei um
berro e saí correndo”
SERAFIM,
L. Restos. In: SOUTO, A. Variação linguística e texto literário:
perspectivas para o ensino. Cadernos do CNLF, v. XIV, n. 4, t. 4, 2010, p.
3310 (com adaptações).
Considerando
a linguagem utilizada no texto “Restos”, avalie as asserções a seguir e a
relação proposta entre elas.
I A
utilização do pronome oblíquo átono antes do verbo (próclise) no trecho “Me
deu até tontura” é característica do português brasileiro, mas não abonada,
para a língua escrita, pela gramática normativa.
PORQUE
II As
regras normatizadas de colocação pronominal não correspondem às tendências
fonológicas do português brasileiro.
A
respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.
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- Pergunta 9
- 0,3 em 0,3 pontos
Leia o texto a seguir.
“Os currículos organizam conhecimentos, culturas, valores e artes
a que todo ser humano tem direito. Assim, o currículo deve ser analisado
conforme as experiências vividas pelos estudantes, nas quais se articulam os
saberes, aprendidos por eles na vivência e na convivência em suas
comunidades, com os conhecimentos sistematizados que a escola deve lhes
tornar acessíveis.”
ARROYO, M. G. Educandos e educadores: seus direitos e o
currículo. In: ARROYO, M. G. Indagações sobre o currículo, educandos e
educadores: seus direitos e o currículo. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2007 (com adaptações).
A partir da definição de currículo abordada pelo autor, avalie as
afirmativas a seguir.
I- A construção do currículo constitui um processo de seleção
cultural, o que pode colocar em desvantagem determinados grupos sociais e
culturais.
II- O sistema educativo confere ao currículo efetividade que
envolve uma multiplicidade de relações, razão pela qual este deve ser
considerado práxis e sua materialização corresponder à forma como foi
idealizado.
III- As teorias críticas reconhecem a existência de poderes
diversos diluídos nas relações sociais, conferindo ao currículo a função de
atuar em processos para a inclusão escolar.
IV- É desafio da escola incluir no currículo experiências
culturais diversificadas, que não reproduzam estruturas da vida social em
suas assimetrias e desigualdades.
É
correto o que se afirma em:
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- Pergunta 10
- 0,3 em 0,3 pontos
Os casos de interpretação ambígua em textos jornalísticos ocorrem
muitas vezes porque o leitor só lê a manchete, não o texto total.
Considerando o exposto, avalie as manchetes transcritas a seguir.
I Jovem tenta assaltar PM com arma de brinquedo e é baleado na
zona sul de São Paulo.
II A ONU está à procura de um técnico para ocupar o cargo de
diretor daquele centro de estudos sobre a pobreza que vai instalar no Rio.
III Macarrão levou Eliza Samudio para ser morta por amar Bruno,
diz advogado do goleiro.
IV Governo inclui vacina contra hepatite A no calendário de
vacinação do SUS.
É
correto afirmar que há ambiguidade apenas em:
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- Pergunta 1
- 0,3 em 0,3 pontos
Óia eu
aqui de novo xaxando
Óia eu
aqui de novo pra xaxar
Vou
mostrar pr’esses cabras
Que eu
ainda dou no couro
Isso é
um desaforo
Que eu
não posso levar
Que eu
aqui de novo cantando
Que eu
aqui de novo xaxando
Óia eu
aqui de novo mostrando
Como se
deve xaxar.
Vem cá
morena linda
Vestida
de chita
Você é
a mais bonita
Desse
meu lugar
Vai,
chama Maria, chama Luzia
Vai,
chama Zabé, chama Raque
Diz que
tou aqui com alegria.
BARROS,
A. Óia eu aqui de novo. Disponível em <www.luizluagonzaga.mus.br >
A letra
da canção de Antônio Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e
cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma do falar popular
regional é:
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- Pergunta 2
- 0,3 em 0,3 pontos
Em
relação ao uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) na
leitura e na escrita, assinale a opção correta.
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- Pergunta 3
- 0,3 em 0,3 pontos
Estudos
linguísticos têm mostrado que o português brasileiro apresenta
particularidades que o distinguem do português europeu, tais como:
1 Uso
de relativas com pronome lembrete/resumitivo:
Maria é
uma pessoa que eu gosto muito dela.
2 Uso
do pronome reto na posição de objeto:
Gosto
muito da Maria, mas eu não vejo ela há muitos anos.
3
Topicalização com pronome lembrete:
A
Maria, eu não vejo ela há muitos anos.
Com relação ao tema, avalie as seguintes explicações
sócio-históricas para esse distanciamento.
I O
multilinguismo do período colonial brasileiro, envolvendo as línguas,
portuguesa, africanas e indígenas.
II A
vinda da família real para o Brasil e sua instalação no Rio de Janeiro,
relusitanizando a colônia.
III
Tráfico constante de africanos para trabalhar como mão de obra escrava e a
aquisição do português como L2 a partir de diversos modelos.
É
correto o que se afirma em:
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- Pergunta 4
- 0,3 em 0,3 pontos
Texto 1
Disponível em <https://www.ufmg.br>.
Acesso em 28 jul. 2016.
Texto 2
A
própria produção literária atual encaminha-se na direção de uma fusão com
vários segmentos culturais, de que a chamada cultura de massa,
tradicionalmente discutida em sua diferença negativa, constitui tão somente
um dos aspectos de negociação em bases renovadas. A defesa exclusiva da
literatura clássica e da herança nacional, um casamento expresso e
legitimado pela construção e manutenção de repertórios recheados de um saber
cultural canônico, no entanto, parece tão problemática quanto a sua rejeição
global. Hoje circulam e prevalecem formas culturais mistas, e até os textos
canônicos são relidos como pontos de cruzamento de discursos amplos, que
transcendem as fronteiras tradicionais da esfera do literário e do horizonte
de pertencimento a espaços nacionais linguística e geograficamente
circunscritos.
OLINTO,
H. K. Literatura/cultura/ficções reais. In: OLINTO, H. K.; SCHØLLHAMMER, K.
E. Literatura e cultura. Rio de Janeiro: EPUC, 2008, p. 75 (com adaptações).
Tomando
como referência os textos 1 e 2, avalie as afirmativas a seguir.
I A
literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade
cultural recriada.
II A
literatura apropria-se de valores de diversos segmentos culturais,
estabelece fusão entre eles e reelabora-os, por meio da língua, em formas
estéticas.
III A
fusão estabelecida entre literatura e cultura tem por princípio apenas os
valores culturais canônicos.
IV A
literatura canônica está inserida em formas culturais mistas que transcendem
a esfera do tradicional.
É
correto apenas o que se afirma em:
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- Pergunta 5
- 0,3 em 0,3 pontos
Texto 1
Texto 2
A
própria produção literária atual encaminha-se na direção de uma fusão com
vários segmentos culturais, de que a chamada cultura de massa,
tradicionalmente discutida em sua diferença negativa, constitui tão somente
um dos aspectos de negociação em bases renovadas. A defesa exclusiva da
literatura clássica e da herança nacional, um casamento expresso e
legitimado pela construção e manutenção de repertórios recheados de um saber
cultural canônico, no entanto, parece tão problemática quanto a sua rejeição
global. Hoje circulam e prevalecem formas culturais mistas, e até os textos
canônicos são relidos como pontos de cruzamento de discursos amplos, que
transcendem as fronteiras tradicionais da esfera do literário e do horizonte
de pertencimento a espaços nacionais, linguística e geograficamente
circunscritos.
OLINTO,
H. K. Literatura/cultura/ficções reais. In: OLINTO, H. K.; SCHØLLHAMMER, K.
E. Literatura e cultura. Rio de Janeiro: EPUC, 2008, p. 75 (com adaptações).
Considerando
a imagem e a citação, pode-se afirmar que a relação entre manifestações
literárias contemporâneas e cultura formadora da identidade nacional:
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- Pergunta 6
- 0,3 em 0,3 pontos
Leia a
tirinha:
Na
tirinha, a fala de um dos passarinhos é “@pio”. Essa nova realidade
linguística demonstra que:
I Há
influência da linguagem da informática no uso cotidiano da língua natural.
II A
diversidade linguística na nossa atualidade abrange também o uso da língua
na internet.
III
Ocorre um distanciamento entre os avanços tecnológicos e o uso da língua.
É
correto o que se afirma em:
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- Pergunta 7
- 0,3 em 0,3 pontos
Paradigma pronominal do português brasileiro.
DUARTE, I; LEIRIA, I.(orgs.). Actas do Congresso Internacional
sobre o Português. v. II, 1996, p. 211-237 (com adaptações).
Considerando o quadro do paradigma pronominal do português
brasileiro, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I No enunciado “Ela estava nervosa, porque o filho dela desmaiou
de tanta fome”, o uso da combinação pronominal “dela” evidencia mudança no
sistema pronominal brasileiro.
PORQUE
II O uso do possessivo “seu” pode causar ambiguidade, dada a
reestruturação no paradigma pronominal do português brasileiro, com a
entrada do pronome “você” – oriundo da forma de tratamento “Vossa Mercê” –
como variante ou substitutivo do pronome “tu”.
A
respeito das asserções, assinale a opção correta.
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- Pergunta 8
- 0,3 em 0,3 pontos
Texto 1
Texto 2
A
própria produção literária atual encaminha-se na direção de uma fusão com
vários segmentos culturais, de que a chamada cultura de massa,
tradicionalmente discutida em sua diferença negativa, constitui tão somente
um dos aspectos de negociação em bases renovadas. A defesa exclusiva da
literatura clássica e da herança nacional, um casamento expresso e
legitimado pela construção e manutenção de repertórios recheados de um saber
cultural canônico, no entanto, parece tão problemática quanto a sua rejeição
global. Hoje circulam e prevalecem formas culturais mistas, e até os textos
canônicos são relidos como pontos de cruzamento de discursos amplos, que
transcendem as fronteiras tradicionais da esfera do literário e do horizonte
de pertencimento a espaços nacionais linguística e geograficamente
circunscritos.
OLINTO,
H. K. Literatura/cultura/ficções reais. In: OLINTO, H. K.; SCHØLLHAMMER, K.
E. Literatura e cultura. Rio de Janeiro: EPUC, 2008, p. 75 (com adaptações).
Assinale
a opção que melhor expressa as ideias desenvolvidas no texto 2.
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- Pergunta 9
- 0,3 em 0,3 pontos
Texto 1
Não podemos mais tratar as Tecnologias da Informação e da
Comunicação (TIC) como recursos, artefatos, ferramentas e, sim, como
elementos incorporados ao mundo. Estamos conectados o tempo todo por
computador de mesa, notebook, laptop, palmtop, smartphone,
celular, tablet, entre outros. As Tecnologias da
Informação e da Comunicação fazem parte de nossa vida, assim como outros
itens que são essenciais para a nossa manutenção em uma sociedade civilizada
e globalizada.
GRIEBLER, G. Pierre Levy: as novas tecnologias e a virtualização
do mundo humano. Disponível em <http://sites.setrem.com.br>. Acesso em 22 jul. 2016 (com
adaptações).
Texto 2
As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) vêm, cada vez
mais, sendo inseridas no cotidiano escolar pelo uso dos objetos virtuais de
aprendizagem, das diversas mídias ou ainda pelos equipamentos. Os alunos do
século XXI têm uma nova identidade, eles já têm habilidades de uso das TIC,
mesmo que para entretenimento; o maior desafio dos docentes é, pois,
oferecer aos discentes um direcionamento pedagógico.
PAZ, A. N.; PIMENTEL, F. S. C.; BARROS, R. A. O uso de edublog e
a cultura da colaboração online. Disponível em <http://epealufal.com.br>. Acesso em: 22 jul. 2016 (com
adaptações).
A partir dos textos acima, avalie as afirmativas a seguir.
I As reflexões sobre a importância e o impacto das TIC, em
diferentes contextos, têm sido objeto de várias pesquisas e estudos.
II As contribuições das TIC no espaço escolar podem ser
observadas a partir das habilidades demonstradas pelos alunos no uso dos
equipamentos eletrônicos.
III O maior desafio dos docentes em relação ao uso das TIC no
ambiente escolar é encontrar um direcionamento pedagógico adequado e
produtivo.
IV A abordagem das TIC como recursos, ferramentas ou artefatos
isolados utilizados para entretenimento é alternativa satisfatória para o
ensino-aprendizagem dos alunos.
É
correto o que se afirma em:
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- Pergunta 10
- 0,3 em 0,3 pontos
Texto 1
No estudo das línguas indígenas, podemos destacar dois aspectos
principais, um dos quais é o estudo sincrônico das línguas como são faladas
atualmente. Esse estudo, de natureza preponderantemente descritiva,
constitui no Brasil uma tarefa não somente enorme, mas também urgente. As
línguas indígenas brasileiras estão desaparecendo em ritmo acelerado. As
populações indígenas estão se extinguindo: ou desaparecem biologicamente –
os indivíduos se exterminam por fatores de várias naturezas – ou desaparecem
como comunidades distintas da grande comunidade brasileira de cultura e
língua basicamente europeias. Já desapareceram no Brasil muitas línguas,
agora totalmente irrecuperáveis para a ciência. É possível que, daqui a 20
anos, já não se possa mais investigar sequer a metade das línguas
presentemente faladas por índios no interior do país. A investigação dessas
línguas é uma das tarefas primeiras para quem quer dedicar-se à Linguística
desinteressada no Brasil. Por serem as línguas ainda relativamente numerosas,
requer essa tarefa esforço muito grande e de muita gente; por estarem
desaparecendo rapidamente, o esforço tem que ser redobrado, para que se
alcancem todas as línguas ainda em tempo e não se deixe que nenhuma passe a
constituir nova “página em branco” na história dos povos indígenas do
Brasil.
RODRIGUES, A. D. Tarefas da Linguística no Brasil. Disponível em: <http://www.etnolinguistica.org>. Acesso em 28 jul. 2014 (com adaptações).
Texto 2
Na
língua Guató, a vogal prefixal de tom baixo sofre elisão diante de tema
iniciado por vogal: /ma-ót+/ [mót+] ‘piranha’. Se a vogal prefixal, porém,
tiver tom alto, ela não é afetada pelo processo de elisão /gwá-ógwayo/
[gwáógwàyò] ‘estou lavando’.
Verifica-se
essa regra morfofonológica na formação da palavra /morimãu/, proveniente do
português [oli’mãw] ‘o limão’, a que se acrescentou o prefixo determinativo
/ma-/ + /orimãu/. Como o Guató não tem consoantes laterais, o /l/ do
português foi substituído pelo /r/.
PALACIO,
A. Guató: a língua dos índios canoeiros do rio Paraguai. Campinas: UNICAMP,
1984 (com adaptações).
Considere
os dois textos sobre a língua indígena ao ler as assertivas a seguir:
I As
línguas indígenas brasileiras estão desaparecendo em ritmo acelerado.
II Faz
a língua Guató adotar a fisionomia morfológica e fonológica do português.
III A
palavra ‘limão’ é advinda da língua indígena guató.
É
correto o que se afirma em:
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- Pergunta 1
- 0,4 em 0,4 pontos
BRAGA, R. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro:
Record, 1978.
Em
relação à crônica de Rubem Braga, avalie as afirmativas a seguir:
I Na
linha 13, o modalizador “sinceramente” atribui valor de verdade ao
enunciado, e, ao mesmo tempo, marca a subjetividade e contribui para a
construção da ironia, que permeia todo o texto.
II Nas
linhas 18 e 19, o operador argumentativo “mas” é empregado com funções
diferentes nos trechos “não incomoda outro número, mas o respeita” e “Mas
que seja permitido sonhar”. Na segunda ocorrência, funciona como
reorientador argumentativo, quando o locutor, embora admitindo a realidade,
passa a valorizar outra mais ideal e pertinente a seu modo de conceber
relações interpessoais.
III Na
linha 5, o autor usou o operador argumentativo “e”, no trecho “Devo dizer
que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão”, para produzir o
efeito de reforço das expectativas geradas no conteúdo do enunciado
anterior, o que mantém a força argumentativa construída e marca a resignação
do locutor em face da realidade vivida.
É
correto o que se afirma em:
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- Pergunta 2
- 0,4 em 0,4 pontos
A literatura do Realismo tornou-se notória pela grande
diferenciação dada à noção objetividade/subjetividade, quando comparada aos
outros movimentos literários do século XIX e anteriores no Brasil. Assim,
sobre o Realismo, é incorreto afirmar que:
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- Pergunta 3
- 0,4 em 0,4 pontos
A que tipo de modalização, conforme Ataliba Castilho, pertencem
os termos grifados seguintes?
I. Mas, sem dúvida, quem conta com um profissional da área de psicologia tem um
conforto maior.
II Claro que eles perguntaram se eu não estava adiando as coisas.
III Eu iria, claro,
contratar o melhor advogado do Brasil.
IV Um segundo caminho seria condicionar os repasses do BNDES a um
contrato no qual as empresas se comprometeriam a ser sustentáveis, com base
num conjunto bem objetivo de parâmetros,claro.
V Certamente, seriam bem
maiores, não fosse o loteamento
|
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- Pergunta 4
- 0,4 em 0,4 pontos
Com relação às estéticas literárias brasileiras, avalie as
afirmativas a seguir:
I- A mimese da natureza no Arcadismo é fiel e objetiva, o que
caracteriza a busca do realismo absoluto.
II- A objetividade é um dos aspectos relevantes da estética
realista, que, portanto, rejeita o subjetivismo vindo do Romantismo ou do
Arcadismo.
III- O cientificismo europeu adotado no Realismo foi o
responsável por findar o êxtase do culto à natureza presente no Romantismo,
visto que os escritores daquela estética preferiam o ambiente urbano.
IV- A noção de natureza romântica é símile à noção árcade: a
perfeição e a tranquilidade de um locus amoenus (local ameno), em referência, quase sempre, a ambiente bucólico e
pastoril, com o objetivo de amenizar a realidade.
É
correto apenas o que se afirma em:
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- Pergunta 5
- 0,4 em 0,4 pontos
Indique
o enunciado em que há um comprometimento menor do falante em relação ao
conteúdo proposicional:
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- Pergunta 6
- 0,4 em 0,4 pontos
Que
imagem demonstra um ponto de vista favorável à natureza, procurando
integrá-la à vida urbana?
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- Pergunta 7
- 0,4 em 0,4 pontos
Segundo Kerbrat-Orecchioni (2006), uma das marcas linguísticas
que podem transmitir subjetividade é o adjetivo. Analise o trecho seguinte,
da obra O cortiço, de Aluísio de Azevedo: “Mas é
que não sei balbuciou a pobre mulher.” (AZEVEDO, 1998, p.87). Sobre o adjetivo grifado,
consideramos que:
I – O adjetivo “pobre” é isento de opinião do narrador.
II – O narrador se compadece do sofrimento pelo qual a personagem
passa.
III – Por meio desse adjetivo, o sujeito se coloca ao lado da
personagem, como a defendê-la, a lamentar por seu sofrimento.
Está
correto o que se afirma:
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- Pergunta 8
- 0,4 em 0,4 pontos
Talvez o maior lugar-comum da crítica literária no Brasil, hoje,
seja o de que o texto é múltiplo. Simples assim: a multiplicidade como algo
quase dado, uma característica praticamente a priori das obras, que a
interpretação só precisaria atestar ou confirmar. Justamente por ser um
lugar-comum, a crença em uma multiplicidade essencial ou ontológica da
literatura não precisa ser ferrenhamente defendida; pelo contrário, ela
funciona melhor quando permanece como uma espécie de pressuposto de fundo,
frequentemente não declarado, do processo interpretativo. A crença na
multiplicidade está presente em todas estas frases, que parecem não precisar
de explicação: “esta obra presta-se a infinitas leituras”; “são inúmeros os
sentidos”; “há uma pluralidade de vozes”; ou até mesmo o nefasto “cada um
tem a sua interpretação”. Trata-se aqui, na realidade, de um barateamento
brutal da ideia de diferença, que, se, por um lado, está em consonância com
tendências culturais e sociais mais amplas, por outro, gera consequências
bem determinadas para a prática da crítica no âmbito das Letras e das
Ciências Humanas. [...]
A poética da multiplicidade encontra sua forma mais apurada na
aplicação de teorias. Como tudo é plural, como todo antagonismo foi
suprimido (fora [...] o antagonismo contra o antagonismo, ou antibinarismo
binário), qualquer texto pode ser lido segundo qualquer teoria. Como tudo é
dialógico, não importa se você usa Badiou, Barthes, Bataille, Baudrillard,
Bourdieu ou Butler (para ficar só no “B”) para o drama renascentista, a
épica do século 17, ou o verso livre do 20. No fundo, o verbo “usar” já diz
tudo, porque esse tipo de relação entre literatura e teoria é essencialmente
utilitário. Determinados autores, como Bakhtin e Benjamin, são tão
explorados, são inseridos em debates tão absolutamente díspares, que vale a
pena perguntar se ainda faz algum sentido mencionar seus nomes. E é um
fenômeno curioso que, se, por um lado, a crítica da multiplicidade vem
questionando o cânone literário, desafiando seu fechamento e reivindicando a
inserção de novas vozes, por outro, a teoria vem testemunhando a formação de
um cânone próprio, um rol de autores que se tornaram referência (inclusive
para as novas vozes), cujos conceitos podem, sim, ser problematizados, mas
não sua posição a priori como grandes nomes.
Sobre a poética da multiplicidade, avalie as afirmativas a
seguir:
I A multiplicidade é uma característica só recentemente
incorporada pelo texto literário.
II Há um confronto e, no mesmo momento, um restabelecimento do
cânone literário.
III Uma determinada teoria é capaz de abarcar todas as
possibilidades de um texto literário.
É
correto o que se afirma em
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- Pergunta 9
- 0,4 em 0,4 pontos
Texto 1
A linguagem humana se apresenta, inicialmente, como uma produção
interativa associada às atividades sociais, sendo ela o instrumento pelo
qual os interactantes, intencionalmente, emitem pretensões à validade
relativas às propriedades do meio em que essa atividade se desenvolve. A
linguagem é, portanto, primariamente, uma característica da atividade social
humana e sua função maior é de ordem comunicativa ou pragmática.
BRONCKART, J-P. Atividade de linguagem, textos e discursos: por
um interacionismo sociodiscursivo. Tradução Anna Rachel Machado e Péricles
Cunha. São Paulo: EDUC, 2003, p. 34 (com adaptações).
Texto 2
No subjetivismo individualista, a expressão se constrói no
interior da mente, sendo sua exteriorização apenas uma tradução. A
enunciação é um ato monológico, individual, que não é afetado pelo outro nem
pelas circunstâncias que constituem a situação social em que a enunciação
acontece. Presume-se que há regras a serem seguidas para a organização
lógica do pensamento e, consequentemente, da linguagem; são elas que se
constituem nas normas gramaticais do falar e escrever bem.
TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o
ensino de gramática. São Paulo: Cortez, 1996, p. 21 (com adaptações).
Texto 3
A verdadeira substância da língua não é constituída por um
sistema abstrato de formas linguísticas nem pela enunciação monológica
isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno
social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das
enunciações. A interação verbal constitui, assim, a realidade fundamental da
língua.
BAKHTIN/VOLOCHINOV, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem.
Tradução Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. 12. ed. São Paulo: Hucitec,
2006, p. 127 (com adaptações).
Em relação às concepções de língua expressas em cada trecho
acima, avalie as afirmativas a seguir:
I Os professores que entendem a língua na perspectiva apontada
por Bronckart, em suas aulas, enfatizam o uso da língua em variados
contextos comunicativos e promovem atividades que possibilitam ao aluno
praticar a linguagem com base na ideia de que a estrutura linguística
utilizada na comunicação está diretamente ligada a fatores sociais,
históricos e ideológicos, o que faz com que privilegiem atividades
articuladas em torno de gêneros discursivos, que refletem do uso da língua
em situações reais.
II Os professores que assumem a concepção comentada por Travaglia
desenvolvem, em sala de aula, atividades que levam o aluno a aprender as
regras gramaticais pertencentes à norma padrão, a fim de que eles dominem
essas regras e, portanto, falem e escrevam bem. Essa prática pedagógica
inclui exercícios de fixação e correção constante na prática tanto oral
quanto escrita, com o objetivo de que o aprendiz transite nas mais variadas
esferas sociais.
III Os professores que adotam a concepção de língua expressa por
Bakhtin/Volochinov promovem, em suas aulas, atividades em que os alunos
percebam a prática de linguagem, oral e escrita, como atividade social e
entendam que a escolha, pelo usuário da língua, de uma determinada forma
linguística e textual, de realizações prosódicas está diretamente ligada a
fatores externos à língua, ou seja, é a interação que determina a escolha, o
que exige que sejam desenvolvidas atividades de análise dos estratos fonético,
fonológico, morfológico e sintático da língua.
É
correto o que se afirma em:
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- Pergunta 10
- 0,4 em 0,4 pontos
Uma coisa é saber a língua, isto é, dominar as habilidades de uso
da língua em situações concretas de interação, entendendo e produzindo
enunciados, percebendo as diferenças entre uma forma de expressão e outra.
Outra coisa é saber analisar uma língua dominando conceitos e metalinguagem
a partir dos quais se fala sobre a língua, se apresentam suas
características estruturais e de uso.
GERALDI, J. W. (org). O texto na sala de aula. Cascavel: Paraná:
Assoeste/UNICAMP, 1984.
A partir do texto acima, avalie a adequação das seguintes
propostas de atividades de ensino da língua portuguesa:
I O professor seleciona o gênero a ser trabalhado com os alunos
de acordo com seus interlocutores e seus objetivos de ensino. A partir da
seleção, elabora uma série de atividades articuladas que possibilitem ao
aluno interagir com o gênero discursivo, percebendo as características
contextuais, textuais e linguísticas, e compreendendo como esses níveis em
interação concorrem para a construção de sentido.
II O professor, a partir de determinado gênero discursivo,
elabora situações que levem o aluno a perceber o uso efetivo da língua, a
observar as escolhas lexicais, as construções sintáticas, o uso de
articuladores e modalizadores, em função da interlocução e das interações
comunicativas, e os efeitos de sentido produzidos.
III O professor seleciona um texto pertencente a determinado
gênero discursivo previsto no programa. A partir disso, escolhe determinados
elementos gramaticais nele recorrentes para, então, conceituá-los e criar
exercícios de fixação, além de elaborar questões de leitura e de
interpretação textual.
Assinale
a alternativa que indica as afirmativas que expressam atividades de ensino
adequadas:
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- Pergunta 1
- 1 em 1 pontos
Leia o texto abaixo.
Considerando
a palavra “fessôra”, apresentada na fala do aluno, temos o metaplasmo por
supressão:
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- Pergunta 2
- 1 em 1 pontos
(UFG 2014) Leia a receita apresentada a seguir.
TACACÁ
2 litros de tucupi temperado
4 dentes de alho
4 pimentas de cheiro
4 maços de jambu
1/2 kg de camarão
1/2 xícara de goma de mandioca
Sal a gosto
Modo de servir: muito quente, em cuias, temperado com
pimenta.
Comer é
um ato social, histórico, geográfico, religioso, econômico e cultural. O
preparo dos alimentos, a escolha dos ingredientes e a maneira de servir
identificam um grupo social e ajudam a estabelecer uma identidade cultural.
Essa receita, “Tacacá”, comida muito apreciada na culinária paraense,
demonstra:
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- Pergunta 3
- 1 em 1 pontos
“Claro, ao abrirmos a possibilidade de que vida extraterrestre
inteligente exista...”
No fragmento acima, o vocábulo claro projeta uma opinião do autor
do texto.
Outro
exemplo em que a palavra ou expressão cumpre função semelhante é:
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- Pergunta 4
- 1 em 1 pontos
Leia com atenção o texto:
“[Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar
numa loja de roupas desconhecendo certas sutilezas da língua. Por exemplo,
não adianta pedir para ver os ternos — peça para ver os fatos. Paletó é
casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisola — mas não se assuste, porque
calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma delícia?)”
Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, n. 3, 78.
O texto
destaca a diferença entre o português do Brasil e o de Portugal quanto:
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- Pergunta 5
- 1 em 1 pontos
Leia a charge a seguir:
Considerando
a palavra “adevogado”, tem-se um metaplasmo por adição, chamado:
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- Pergunta 6
- 1 em 1 pontos
Science Fiction
O marciano encontrou-me na rua
e teve medo de minha impossibilidade humana.
Como pode existir, pensou consigo, um ser
que no existir põe tamanha anulação de existência?
Afastou-se o marciano, e persegui-o.
Precisava dele como de um testemunho.
Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se
no ar constelado de problemas.
E fiquei só em mim, de mim ausente.
Carlos Drummond de Andrade. Nova reunião. São Paulo: José
Olympio, 1983.
É
possível observar a ocorrência de um recurso discursivo indicado pelos
vocábulos “me” e “consigo”. Esse recurso pode ser definido como:
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- Pergunta 7
- 1 em 1 pontos
O
preconceito linguístico e a análise do discurso.
“A sociedade brasileira é ainda uma sociedade preconceituosa. Os
mais pobres são constantemente discriminados, e esse fato se agrava quando
essa parcela da população não tem acesso à educação de qualidade. Nesse
sentido, o falar e escrever que fogem à norma padrão da forma culta da
língua portuguesa são também alvos de críticas e pretextos para atitudes
preconceituosas. O preconceito linguístico, como o próprio nome diz, é o
pré-julgamento de pessoas com base na linguagem verbal. Ele parte do
pressuposto de que só existe uma língua portuguesa digna deste nome, a
ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos dicionários.
A partir daí, aquele cujo discurso desvia dessa língua ‘correta’ é
discriminado e reprimido.
O Brasil não tem uma unidade linguística, assim como não tem uma
unidade socioeconômica e cultural. O preconceito linguístico nada mais é do
que um reflexo do real preconceito sofrido pelas pessoas de classes sociais
mais baixas. Assim, faz-se necessário combater também essa modalidade de
preconceito. Para isso, alguns pontos principais devem ser considerados,
como a identificação do preconceito, a mudança de atitude e, principalmente,
a definição do que é erro e de como deve ser ensinado o português nas
escolas.”
Fonte: Adaptado de Sara Baptista Martins. O preconceito
linguístico e a análise do discurso. Disponível em http://www.usp.br/cje/jorwiki/exibir.php?id_texto=69
Observe
a seguinte sentença retirada do texto: “O Brasil não tem uma unidade
linguística, assim como não tem uma unidade socioeconômica e cultural”.
Assinale a alternativa que mantém a mesma ideia da sentença citada:
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- Pergunta 8
- 1 em 1 pontos
“Não quero que a minha casa seja cercada de muros por todos os
lados, nem que minhas janelas sejam tapadas. Quero que as culturas de todas
as terras sejam sopradas para dentro de minha casa, o mais livremente
possível. Mas recuso-me a ser desapossado da minha por qualquer
outra.”
GANDHI, M. Relatório do desenvolvimento humano 2004. In: TERRA,
Lygia; COELHO, Marcos de A. Geografia geral. São Paulo: Moderna, 2005. p.
137.
Considerando-se
as ideias pressupostas, o texto:
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- Pergunta 9
- 1 em 1 pontos
Lembrando
que a subjetividade é inerente à linguagem, indique a afirmativa falsa.
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- Pergunta 10
- 1 em 1 pontos
Observe o quadro e depois indique a alternativa correta:
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